Parlamento português aprova voto

que considera Grande Fome na Ucrânia como genocídio

O PSD apresentou um voto para condenar o Holodomor ou a Grande Fome de 1932 e 1933 na Ucrânia, um "genocídio" causado "pelo regime comunista totalitário de Estaline, que terá causado a morte a cerca de sete milhões de cidadãos ucranianos".

 

De acordo com Telmo Correia, que fez a intervenção em nome do CDS-PP, pelo comunismo foram mortas mais pessoas do que pelo nazismo.

 

Em resultado da votação, com os votos a favor do PSD, CDS-PP, PAN e um voto do PS, o voto apresentado pelo PSD foi aprovado. Votaram contra o BE, PCP, PEV e três deputados do PS. Os restantes abstiveram-se.

 

Outra proposta foi feita pelo PS, que sugeriu prestar homenagem às vítimas da Grande Fome e suas famílias. Esta proposta foi aprovada por PS, BE, CDS-PP e PAN. Votaram contra o PCP e o PEV, e o PSD absteve-se.

 

O presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko postou uma mensagem de gratidão ao parlamento português na sua página do Facebook.

"Hoje o parlamento português reconheceu o Holodomor de 1932-1993 como genocídio do povo ucraniano. Agradecemos por esta deliberação. Durante os últimos anos, dezenas de países confirmaram oficialmente que consideram esta maldade do regime totalitarista como genocídio. É muito importante que esta verdade seja reconhecida não apenas por nós, mas também por todo o mundo."

 

Holodomor, ou Grande Fome de 1932-1933, atingiu grandes territórios cerealíferos da União Soviética. As estimativas sobre números de vítimas variam: de 7 até 8 milhões mortos, deles 3,5 na Ucrânia, 2 no Cazaquistão e Quirguistão e 2-2,5 milhões na República Socialista Federativa Soviética da Rússia.

 

A lei ucraniana considera a Grande Fome como "genocídio do povo ucraniano". A Rússia diz que as ações de Kiev são uma tentativa de "politizar a história" e semear a discórdia entre os povos irmãos da Rússia e Ucrânia.